quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Antiqua II

Olhava o horizonte, espectante!
estupidamente serena...
A revolta rasgava, gritante!
O coração baralha-se no bater
A mente estaca de terror!
O amor: eu nunca o soube beber
A paixão: sempre foi a minha dor!
Uma espada cortante
Dilacera-me o peito
E uma cor berrante
Destrói o que eu já tinha feito
A loucura invade o meu saber
Eu espero um sinal
Para o ter ou não o ter
Trato-o, por fim, sem nenhum mal
Insatisfeita, volto a correr
Não sei p'ra onde, para que reino
Conheço aquela árvore e aquela pedra também
Sem ansiedade alivia-se a dor
Encontra o meu coração sem mal e sem bem
Aquele que é agora o meu amor.


1994

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