Nesse momento em glória em que finges que me queres, as nossas mãos são trespassadas por um raio e despedaçam-se para sempre em pó, no nada...
Estou em queda, passo por nós: pelas mãos dadas, o portão fechado, o desejo, os encontros; quando as nossas mentes se entrelaçavam num querer único, num ser único, quando os nossos corações se fundiam - o meu no querer, o teu na minha fantasia. Percorro derradeira a tua pele, o teu pulsar, recebo a verdade do teu toque no meu peito enquanto o meu coração desmultiplica-se num milhão de borboletas que me abandonam... Fecho os olhos e deixo-me ir na dor, enquanto caio. Ganho velocidade pelo abismo imenso, incendeio-me e diluo-me para sempre em cinzas nesse ar gelado enquanto os meus lábios vão desenhando: AMO-TE........ Fim
Quem já passou recentemente em fila de trânsito por baixo do Aqueduto das Águas Livres, a caminho da ponte, já terá reparado num enorme grafiti em forma de assinatura que se encontra num dos 'pilares' do dito aqueduto. Assim me vou sentindo por estes dias, carimbada na minha originalidade antiga por um 'nome' novo...
sábado, 29 de janeiro de 2011
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Gatos no Coração
O coração humano vive deslocado no peito de um ser que pensa... É intolerável... é dor a cada batimento... é assaltado violentamente pela mente, que, de forma vã, tenta acalmar o que sente! Cai, parte-se... e os pedaços correm loucos em busca uns dos outros, chocando e fundindo-se até serem coração de novo. O humano não vive só. Definha e seca. E a bomba lá volta ao peito, de novo a bater, irriga a mente que o faz sofrer. Alimenta a boca da mão que o maltrata! No manto negro da noite, a mente dorme e o corpo, em golfadas que acompanham as batidas, contorce-se no carpir da dor. Morre em espinhos de sangue e volta a morrer, morrer... No despontar da luz, no primerio raio do olhar, a mente acorda e o coração engole os soluços, volta do ébano ao carmim, na ânsia louca de ser amado... Para encontrar repetidamente o chão e estilhaçar-se, quebrar-se até os pedaços não mais encontrarem os outros e não mais voltar a amar.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Arame IV
... E é então que a luz se torna envolvente e tangível e invade o meu coração! O arame é, agora, uma estrada de tijolos amarelos que percorro ao encontro da coragem... Mais depressa, corro; transformo o percurso num raio incandescente que me transporta além da dor! O unicórnio volta alvo e brilhante elevando-me; sou livre! Estou atirada numa nuvem a olhar o céu... Vens, de novo, junto a mim, no meu respirar e inspiro-te! Olhas-me, queres-me! Cada centímetro de ti reconstrói-se na minha pele; Sinto-te! Tão aqui, tão perto, tão vivo! Volto ao arame: percorro os últimos metros e, sob um sol brilhante, seguras-me a mão...
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