terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Arame II

Estou imóvel no arame. Apenas ondulo ao sabor do vento acompanhando a física do movimento... Vens junto a mim, aqui no respirar, quase te toco os lábios! Mas não estás aqui... Olhas-me como se... Quisesses... Dou dois pequenos passos e avanço, no momento em que te diluis no branco, nada... Olho mentalmente para trás e encontro aquele caminho que é nosso... Dentro da via láctea dos teus olhos, no universo da minha pele, num turbilhão de sentimentos que nos confundem e nos tornam sílica numa praia batida pelas ondas com sabor a mar... Avanço, os meus pés são empurrados por uma onda que percorre todo o arame antes e depois de mim! Perscruto  a névoa diante de mim para ver delinear-se um vulto de luz que me cega...

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