sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Morte

A minha pele está rosada, queima... Enquanto me arde o corpo neste inferno, o meu coração estala e quebra-se em gelo. Vagueio sem rumo caminhando sobre o sofrimento, tudo se torna cinzento, os movimentos param, a essência abandona o mundo... o mundo não está lá fora. Vou sendo consumida por este inferno íntimo e próximo que tão bem conheço. Enquanto choro de dor vou sentindo saudades por já cá ter estado. Tudo é tão familiar... Vivi num prado de flores luxuriantes mas esqueci-me de onde ficava o alçapão para a dor... e caí nele... De volta aqui ficarei para sempre! Corro, choro, grito,salto e caio no chão, a arder, sem forças, sem ânimo, sem vida... E volto a chorar – já não corro, nem grito, nem salto – e torno a cair, não me levanto... Numa vida, em duas,em três... não tenho vontade de que me salvem, ninguém tenta... Encontro uma luz azul no centro do Sol que me puxa e suga... deixo-me ir e vou... Vou mergulhando lentamente nessa paz fria e metálica, tranformo-me numa estátua torpe e gélida, já não há movimento, o coração há muito que não passa de uma safira a decorar o meu peito... Já não há vida... Morri.............

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