segunda-feira, 9 de abril de 2012

A razão impõe-se: há algo errado...
o espelho mente-me...
tu mentes-me...
Dou voltas e voltas, olho e torno a olhar...
Desespero em tentar encontrar! Onde estará o que não posso evitar??
As antenas, ou a cauda... serão asas ou cornos???
São as palavras ou as ideias... ??
Acho que vou deixar de tentar, estou cansada, vou manter-me envolta no véu do lar.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Semente

Os olhares penetram-se, o meu e o teu
Mantenho-me inebriada pela tua beleza
Firme coloco a rosa nas tuas mãos
Tremo na espera de lhe pegares
Vais e voltas num pestanejar longo
O coração salta, claustrofóbico, quer sair
Sorris e pegas-lhe no exacto ponto onde deves...
A rosa faz-se semente na tua mão
Agora é tua
e minha!!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Inevitável

Quando a coruja pia ao anoitecer
Caiem-me as pétalas ao sabor do vento
lentamente doem rasgando o ar
que sou eu
o corpo mórbido desiste e vai
em cada pétala
o fruto que cresce é a alma
o meu, o teu… mil no coração de cada um
as pétalas vão caindo
são mais no ar, menos na flor…
o dia é a dor, a noite as lágrimas
as tuas pétalas mantêm-se
firmes nas tuas flores
espero…
Adeus!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Sou de novo triste...


A imagem estilhaça-se sob o meu corpo enquanto a mente desdobra-se a focá-la procurando o sentido do nada. As peças voam e apartam-se sem controlo e eu, espalhada no chão como a terra atirada, lanço-me no desespero de as apanhar, de as juntar... Duas curvas, duas convergentes... pulsam descompassadas enquanto cirzo o meu coração para ninguém ver! Olho, paranóide. em redor, fujo do pejo que me caça e domina. Volto. Sou de novo triste, sou de novo eu... olho com saudade para mim feliz.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Amante!


Na impossibilidade de pisar a terra, que é a vida, sob os meus pés, vou vagueando na etérea possibilidade de ser…  Ando às voltas na negridão da cova em que a liberdade me detém, a olhar o brilho da aparência que me derruba… Pareço nada e, por parecer, o meu coração sangra de morte enquanto sou tudo, que me remenda! A cova nunca foi o meu lar, vivi no brilho de ser e parecer… definho em não parecer… não sou. É uma gaiola dourada em azul e diamante, a inveja paira numa sombra de rapina que me fortalece… o nosso amor, qual Atlas, vai suportando o vazio que me domina… preciso de ser, quero ser, sou. Amputada em ser, tento alcançar o limiar do buraco sem poder agarrar… amante no erro de se julgar legítima olvidando olhar a sua condição nos olhos dos outros…

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Esperança...


Um dia gostava de me sentir bonita… como sou…
Poder dizer ao vento que sou livre… que sou…
Correr nas voltas da sorte sentida… que tenho…
Sentar-me na vida da inveja dos outros… que sou…
Gostava de poder dizer ao mundo que me amas… como amas…
Acreditar que a esperança é uma coisa boa… que é…

domingo, 26 de junho de 2011

Flutuar no teu Amor


Flutua, meu amor, na ponta dos meus dedos
Enquanto me embalas nas tuas mãos
Deixa-te levar  no caminho em que te navego
Conduz-me na superfície com as hélices do coração
Não oiço, não caminho, não me mexo...
A água, densa,  passa no teu corpo, não te molha....
A beleza impede que te fundas no líquido dourado
O Amor invade-me pelo olhar-te
O Amor invade-me pelo olhares-me
Não vejo, volto a não ouvir, mexo-me...
Encontro-te-me na tua boca,
Procuro-te na ponta das minhas unhas
Reunes-te dentro de mim
Dominas-me num abraço movido a desejo
Tens-me: sou tua!!!