quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Máquina

Por entre a neblina criada pelo pó levantado pelos seus movimentos, foi vendo definir-se na sua frente um mecanismo... uma máquina esquecida no tempo, esquecida da sua função, esquecida do seu propósito...
Aproximou-se e foi retirando pacientemente as camadas de pó que a cobriam. Ficaram finalmente a descoberto várias rodas dentadas ferrugentas, castanhas, feias.
Pegou numa manivela e começou a tentar colocar o mecanismo a funcionar. Tentou e tentou e tentou, até que a máquina o venceu e ele se afastou... para mais longe... e mais longe... e mais longe...
e quando estava prestes a desaparecer na neblina de pó, a máquina começou, lentamente, a gemer, a rodar... com esforço e pesada, no início, partindo a ferrugem, libertando-se do esquecimento e do tempo que a cobria. Ficou mais célere, voltando a ganhar a vida de outrora...
brilhava, emanava uma luz fantástica cheia de energia e vontade de cumprir o seu propósito. Ele olhou, observou, voltou-se... e desapareceu no pó!

Sem comentários: