segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A Máquina II

A máquina vai laborando, fantástica... Os brilhos e as cores raiam por ela, por cada
roda, cada fenda. A ferrugem, o pó e as teias desaparecem explodindo em pureza e
vida... O produto cresce, melhora, torna-se fluido, menos doloroso!
O homem contempla num misto de espanto e desilusão...
O produto acumula-se em pilhas de ilusão. Pensa na outra máquina que, no andar de baixo, vai laborando o produto novo... Um frio no estômago lembra-lhe a novidade, o que ainda aprende sobre o produto novo... Há tanta coisa para saber e descobrir.
A velha máquina é fantástica, de facto, mas pensa que sabe tudo sobre ela; o produto é extraordinário

- estava perdida essa memória nos confins da sua razão -

mas de que lhe serve agora?
Para que quer ele esta matéria fora de tempo?
Para nada!!
Embrenha-se no brilho e nas cores e desaparece rumo ao abismo... para o andar de baixo...

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