terça-feira, 16 de novembro de 2010

Angústia

Estou baralhada em certezas. Certezas que a razão confirma e o mundo desmente. Estou baralhada na certeza de amar e de ser amada e no quanto tudo isso é nada. Estou baralhada na certeza de que sou tua e tu não és meu. Estou baralhada na razão.

O humor que me corrói as vísceras é doce. A luva que me arranca as entranhas é de veludo. A mão que me conforta é ácida. Os lábios que não me tocam são veneno.
Choro ternura, vomito carinho, suo amor. Excreções que liberto e perco, que se diluem no mundo, como gotas minúsculas de humidade no nevoeiro… no nada. Vivo porque inspiro cnidas que me reconstroem, ferem, sangram… sangro. Estou viva.
Algo que era de mim partiu contigo. Uma parte de ti ainda aqui está… impaciente por ir… impaciente por voltar…

2 comentários:

Brízida Caramelo disse...

As contradições são, de facto, deliciosas na forma. Parabéns

Beijinho ;)

Ana Castella disse...

Brízida,

Obrigada. É o resultado de estar baralhada na razão ;))

Bjs :)