sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Pretensão de Uma Lua

Saturno tem muitas luas que não o sendo prendem-se à órbita do querer. Creêm-se diferentes na sua igualdade de serem luas. Saturno impera com um floco de algodão negro de mentira. Elas eternizam-se desfiando cornucópias de mariposas que embatem cegamente contra a incandescência. Não veêm, não sentem, enrolam-se ternamente no negrume do engano. As luas são felizes quando Saturno as olha. Luas infelizes, tristes e presunçosas que lambem o seu amo que desprezam. Existem no propósito de girar à sua volta e perdem o sentido de serem luas, se não mais, luas. Sofre, Saturno, de mão dada a todas, falha enquanto se esconde em sofismas que lhe permitem continuar a brilhar. E, no entanto, não brilha.

Não sou uma lua. Desejo ser o sol a quem reenvias o brilhar.

2 comentários:

Unknown disse...

No universo do ser e do faz de conta, só um Sol tem dimensão e calor para atrair os outros corpos mantendo-os no seu abraço quente. Nele os sofismas , evaporam-se com o tempo incapazes de se agarrar à sua orbita cegados pelo seu brilho.
Não queiras ser o que já és... Continua a iluminar e aquecer as tuas luas num abraço entrelação e pleno de querer, onde se perde os sentidos e todos sejam uma estrela a brilhar no teu Universo...

Ana Castella disse...

Rui :))

Continuo a querer ser porque não o sinto ser... mesmo que já o seja... não sei... continuo a busca pela resposta... :))))

Obrigada!!
Bjs