sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Gatos no Coração

O coração humano vive deslocado no peito de um ser que pensa... É intolerável... é dor a cada batimento...  é assaltado violentamente pela mente, que, de forma vã, tenta acalmar o que sente! Cai, parte-se... e os pedaços correm loucos em busca uns dos outros, chocando e fundindo-se até serem coração de novo. O humano não vive só. Definha e seca. E a bomba lá volta ao peito, de novo a bater, irriga a mente que o faz sofrer. Alimenta a boca da mão que o maltrata! No manto negro da noite, a mente dorme e o corpo, em golfadas que acompanham as batidas, contorce-se no carpir da dor. Morre em espinhos de sangue e volta a morrer, morrer... No despontar da luz, no primerio raio do olhar, a mente acorda e o coração engole os soluços, volta do ébano ao carmim, na ânsia louca de ser amado... Para encontrar repetidamente o chão e estilhaçar-se, quebrar-se até os pedaços não mais encontrarem os outros e não mais voltar a amar.

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